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Vocês se sentem felizes sendo ateus?

Eu me descobri ateia tem pouco tempo. Sinto um alívio enorme em saber que não me iludo mais com crenças, não me dou nenhuma importância além da que realmente tenho, que é o meu “existir”. Mas ao mesmo tempo acabo me encontrando numa espécie de luto, tédio, em saber que mais cedo ou mais tarde eu nada mais serei. Vou morrer e acabou.

Como vcs lidam com a certeza da cortina ter caído na frente de vossos olhos?

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Escrito por Márcia

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3 Comentários

  1. Parabéns pela libertação Márcia.
    Eu sou ateu desde a minha adolescência e para mim não há nada mais natural do que isso. Lido muito bem e tento viver os meus dias da melhor forma possível e tento fazer felizes os que me rodeiam. É apenas isso. A minha frase é “não faças aos outros o que não queres que te façam a ti” … o resto são histórias e lendas que já não fazem sentido nos dias de hoje.
    Considera fazer o registo aqui no site.

  2. Acho que cada um encara a coisa de um jeito, no geral eu me sinto um pouco ‘desolado’ na falta de termo melhor. Ser ateu pra mim é como ser criado num orfanato sem nunca conhecer os pais.

    Essa experiência te deixa mais forte, mais independente. Não significa que é uma sensação agradável, principalmente quando se está numa situação difícil e não tem em quem se apoiar emocionalmente.

    Sou ateu e agradeço por isso, pois elimina boa parte dos manipuladores que se aproveitam da fragilidade emocional dos outros.

    Sobre o que vem depois, bom, é so fechar a cortina mesmo. Quando meu pai faleceu eu coloquei no caixão dele um livro e uma carretilha, que eram as coisas que ele mais gostava de fazer, ler e pescar. Se eu acredito que isso significou algo pra ele? Óbvio que não, ele já estava morto, nada do que for feito depois disso tem significado pra ele. Mas teve pra mim, era algo que tínhamos combinado, e cumpri minha promessa.

    Ele era católico, então gostava de pensar que teria algo que ele gosta de fazer pra matar o tempo lá em cima.

    Pra mim, foi somente uma ultima lembrança de como era o jeito dele.

  3. Sou ateu desde a adolescência e costumo dizer que o ateísmo não é uma crença, é sim uma conclusão.
    E sim, sou muito feliz. Entendo que a vida é finita e que não há nada depois, e que cada minuto conta. E que devo deixar o planeta melhor do que encontrei..
    Difícil não sentir um certo dó daqueles que passam a vida temendo ou louvando um ser que julgo ser imaginário. Me sinto em paz sabendo que o meu tempo aqui, assim como o de todos, terá um fim.
    Também me sinto livre ao assumir toda a responsabilidade pelos meu atos e decisões. Há tra qualidade em não colocar as coisas as mãos de deus ou culpar o diabo.
    A vida do ateu é livre, e ele é responsável por si próprio
    Se quiser conversar não hesite em me chamar.

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